sexta-feira, 15 de maio de 2009

Um dos discursos de Barack Obama...




Li no blog da minha irmã e adorei!!!






"Dada a crescente diversidade das populações dos Estados Unidos, os perigos do sectarismo estão maiores do que nunca. O que quer que nós já tenhamos sido, nós não somos mais uma nação cristã. Pelo menos não somente. Nós somos também uma nação judaica, uma nação muçulmana, uma nação budista, uma nação hindu e uma nação de incrédulos.
E mesmo se nós tivéssemos apenas cristãos entre nós, se expulsássemos todos os não-cristãos dos Estados Unidos da América, o cristianismo de quem nós ensinaríamos nas escolas?
Seria o de James Dobson ou o de Al Sharpton? Que passagens das escrituras deveriam instruir as nossas políticas públicas? Deveríamos escolher o Levítico, que sugere que a escravidão é aceitável? E comer frutos do mar é uma abominação? Ou poderíamos escolher o Deuteronômio que sugere apedrejar o seu filho caso ele se desvie da fé? Ou deveríamos apenas ficar com o Sermão da Montanha? Uma passagem que é tão radical que é de se duvidar que o nosso Departamento de Defesa sobreviveria à sua aplicação.Então, antes de nos empolgarmos, vamos ler as nossas Bíblias agora. As pessoas não têm lido a Bíblia. O que me leva ao segundo ponto: que Democracia exige que aqueles motivados pela religião traduzam suas preocupações em valores universais, ao invés de valores específicos de uma religião. O que eu quero dizer com isto? A democracia requer que as propostas estejam sujeitas à discussão e sejam influenciáveis pela razão.Eu posso ser contrário ao aborto por razões religiosas, por exemplo, mas se eu pretendo aprovar uma lei proibindo a prática, eu não posso simplesmente recorrer aos ensinamentos da minha igreja ou invocar a vontade divina; eu terei que explicar porque o aborto viola algum princípio que é acessível às pessoas de todas as fés, incluindo aqueles sem fé alguma.Agora, isto vai ser difícil para alguns que acreditam na infalibilidade da Bíblia, como muitos evangélicos acreditam, mas em uma sociedade pluralista nós não temos escolha. Política depende das nossas habilidades de persuadir uns aos outros de objetivos comuns com base em uma realidade comum. Ela envolve negociação, a arte daquilo que é possível. E, em algum nível fundamental, a religião não permite negociar: é a arte do impossível. Se Deus falou, então espera-se que os seguidores vivam de acordo com os éditos de Deus, a despeito das conseqüências.Agora basear a vida de uma única pessoa em compromissos tão inegociáveis pode ser sublime, mas basear nossas decisões políticas em tais compromissos seria perigoso. E se você duvida disso, deixe-me dar um exemplo:Todos nós conhecemos a história de Abraão e Isaac. Abraão foi ordenado por Deus a sacrificar o seu único filho. Sem discutir com Deus, Abraão leva Isaac montanha acima e o amarra a um altar.Levanta a sua faca. Prepara-se para agir ... como Deus ordenara.Nós agora sabemos que as coisas terminaram bem: Deus envia um anjo para interceder bem no último minuto. Abraão passa no teste de devoção de Deus.Mas é justo dizer que se qualquer um de nós, ao sair desta igreja, [o discurso estava sendo realizado numa igreja] visse um Abraão no telhado de um prédio levantando sua faca, nós iríamos, no mínimo, chamar a polícia. E esperaríamos que o Departamento de Serviços às Crianças e à Família tirasse a guarda de Isaac de Abraão. Nós faríamos isto porque nós não ouvimos o que Abraão ouve, nós não vemos o que Abraão vê. Então o melhor que podemos fazer é agir de acordo com aquelas coisas que todos nós vemos, e que todos nós ouvimos. A jurisprudência é o bom senso básico.Então nós temos algum trabalho para fazer aqui, mas eu tenho esperanças que nós poderemos transpor o hiato que existe e superar os preconceitos que todos nós, em maior ou menor grau, trazemos a este debate. E eu tenho fé de que milhões de americanos crédulos querem que isto aconteça. Não importa o quão religiosos possam ser, ou não ser, as pessoas estão cansadas de ver a fé sendo utilizada como ferramenta de ataque. Elas não querem que a fé seja usada para diminuir ou para dividir porque no fim não é desta forma que elas vêem a fé nas suas próprias vidas. "

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