domingo, 31 de maio de 2009

X.MEN












O que promove o encontro de pessoas? Será que um mero acaso, ou um chamado interno, que acionando a sincronicidade constrói tramas gerando encontros?

Existe uma máxima espiritual que diz: quando o discípulo está pronto, o mestre aparece! Será pode ser estendida a outras áreas?

Quando o amante está pronto o amado aparece!
Ou seria: quando o amante está pronto, o amor aparece!
Ou talvez: Quando o amor está pronto dentro de nós, aparece fora, em forma de um amante!
Acho que gosto mais desse. Um amante, que como catalisador, movimenta esse amor.

Sempre achei que sentimentos são caminhos que precisam ser percorridos e que nos levam a algum lugar.
Não sei porque tanto preconceito por sentimentos tão genuínos como a raiva e o medo. Claro que usá-los como escudo ou assinatura de quem somos, é uma outra história. Mas eles com certeza nos levam a uma compreensão maior de nós mesmos, quando vividos de forma plena e real. Também, quando zerados, por favor, esqueça-os. Ficar remoendo é doença na certa.

Durante a vida, sempre me ensinaram a trabalhar o perdão, a cultivar a felicidade e o amor, mas nunca consegui entender realmente o que fazer com a raiva, inveja ou o medo. Sempre me diziam que o medo é super importante como um instrumento pra se preservar de perigos, na dose certa, pois em excesso paralisa e congela a evolução. A raiva destrói o sistema nervoso, e a inveja mata.
Quando criança, ganhei uns patins “bonitinhos” de amarrar no tênis. O meu irmão um “maravilhoso”, ultimo modelo, preto, com uma estrela amarela. Rodas amarelas.
A minha inveja me deixou amarelo também!
Não morri. O meu irmão percebendo o meu estado, me emprestou, o que fez sempre, sem nenhum problema. Estava eu curado.
Crianças são verdadeiros mestres.
Olha só: sente, não esconde, expressa, trabalha e resolve.
O sentimento, conduz.
Ficamos mais unidos e amigos, quando aprendemos a compartilhar nossos “brinquedos”. O que é melhor, nos tornamos realmente felizes. Por que às vezes, como reza a cartilha: temos que ser felizes. Tentamos, forçamos, e realmente não estamos. Mas precisamos estar, então fingimos.
Sem esquecer que inveja, segundo dizem, é pecado.
Santa e cristã ditadura! A ditadura do pecado e penitência gerando culpa.
Nessa tal ditadura, amar pode e deve. Mas só de algumas formas previamente estabelecidas. Outras, são pecados. O amor de mãe por exemplo, é sempre exemplo. Menos o de Jocasta, claro. O de pai, nem tanto. No dia das mães, fica claro a corrida às compras, e é depois do natal, o maior boom de presentes. O dos pais, fica sempre um pouco esquecidos.

Homens mais velhos com mulheres mais novas, sempre causa um desconforto. O contrário, mais ainda. Negros com loiras, sempre gera risadinhas e comentários como: aposto que é jogador de futebol. O contrário tem suas desculpas: também, que mulata! Ninguém aguenta.
E os gays? Hoje é possível ver casais super sadios e bonitos, jovens descobrindo o amor sem culpa alguma, que ainda esbarra no preconceito de alguns: isso é falta de vergonha!

Será que era melhor antes, quando era tudo escondido, e a margem? Porque sempre existiu.
Ler: A Homossexualidade na Grécia Antiga de K. J. Dover.

Às vezes gostaria que a natureza desse um salto de evolução, desses que cria super heróis mutantes como os X.MEN.
Absurdo? Tudo bem, pode ser só um salto de evolução de idéias.

Cláudio Faria

Só um lembrete do Quintana...













"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo:
Não deixe de fazer algo que gosta, devido à falta de tempo,
Pois a única falta que terá,
Será desse tempo que infelizmente não voltará mais."
Mário Quintana

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Um dos discursos de Barack Obama...




Li no blog da minha irmã e adorei!!!






"Dada a crescente diversidade das populações dos Estados Unidos, os perigos do sectarismo estão maiores do que nunca. O que quer que nós já tenhamos sido, nós não somos mais uma nação cristã. Pelo menos não somente. Nós somos também uma nação judaica, uma nação muçulmana, uma nação budista, uma nação hindu e uma nação de incrédulos.
E mesmo se nós tivéssemos apenas cristãos entre nós, se expulsássemos todos os não-cristãos dos Estados Unidos da América, o cristianismo de quem nós ensinaríamos nas escolas?
Seria o de James Dobson ou o de Al Sharpton? Que passagens das escrituras deveriam instruir as nossas políticas públicas? Deveríamos escolher o Levítico, que sugere que a escravidão é aceitável? E comer frutos do mar é uma abominação? Ou poderíamos escolher o Deuteronômio que sugere apedrejar o seu filho caso ele se desvie da fé? Ou deveríamos apenas ficar com o Sermão da Montanha? Uma passagem que é tão radical que é de se duvidar que o nosso Departamento de Defesa sobreviveria à sua aplicação.Então, antes de nos empolgarmos, vamos ler as nossas Bíblias agora. As pessoas não têm lido a Bíblia. O que me leva ao segundo ponto: que Democracia exige que aqueles motivados pela religião traduzam suas preocupações em valores universais, ao invés de valores específicos de uma religião. O que eu quero dizer com isto? A democracia requer que as propostas estejam sujeitas à discussão e sejam influenciáveis pela razão.Eu posso ser contrário ao aborto por razões religiosas, por exemplo, mas se eu pretendo aprovar uma lei proibindo a prática, eu não posso simplesmente recorrer aos ensinamentos da minha igreja ou invocar a vontade divina; eu terei que explicar porque o aborto viola algum princípio que é acessível às pessoas de todas as fés, incluindo aqueles sem fé alguma.Agora, isto vai ser difícil para alguns que acreditam na infalibilidade da Bíblia, como muitos evangélicos acreditam, mas em uma sociedade pluralista nós não temos escolha. Política depende das nossas habilidades de persuadir uns aos outros de objetivos comuns com base em uma realidade comum. Ela envolve negociação, a arte daquilo que é possível. E, em algum nível fundamental, a religião não permite negociar: é a arte do impossível. Se Deus falou, então espera-se que os seguidores vivam de acordo com os éditos de Deus, a despeito das conseqüências.Agora basear a vida de uma única pessoa em compromissos tão inegociáveis pode ser sublime, mas basear nossas decisões políticas em tais compromissos seria perigoso. E se você duvida disso, deixe-me dar um exemplo:Todos nós conhecemos a história de Abraão e Isaac. Abraão foi ordenado por Deus a sacrificar o seu único filho. Sem discutir com Deus, Abraão leva Isaac montanha acima e o amarra a um altar.Levanta a sua faca. Prepara-se para agir ... como Deus ordenara.Nós agora sabemos que as coisas terminaram bem: Deus envia um anjo para interceder bem no último minuto. Abraão passa no teste de devoção de Deus.Mas é justo dizer que se qualquer um de nós, ao sair desta igreja, [o discurso estava sendo realizado numa igreja] visse um Abraão no telhado de um prédio levantando sua faca, nós iríamos, no mínimo, chamar a polícia. E esperaríamos que o Departamento de Serviços às Crianças e à Família tirasse a guarda de Isaac de Abraão. Nós faríamos isto porque nós não ouvimos o que Abraão ouve, nós não vemos o que Abraão vê. Então o melhor que podemos fazer é agir de acordo com aquelas coisas que todos nós vemos, e que todos nós ouvimos. A jurisprudência é o bom senso básico.Então nós temos algum trabalho para fazer aqui, mas eu tenho esperanças que nós poderemos transpor o hiato que existe e superar os preconceitos que todos nós, em maior ou menor grau, trazemos a este debate. E eu tenho fé de que milhões de americanos crédulos querem que isto aconteça. Não importa o quão religiosos possam ser, ou não ser, as pessoas estão cansadas de ver a fé sendo utilizada como ferramenta de ataque. Elas não querem que a fé seja usada para diminuir ou para dividir porque no fim não é desta forma que elas vêem a fé nas suas próprias vidas. "

A constelação de Bert Hellinger...




Ontem eu fiz minha constelação familiar. Esse cara é muito foda!!!




A Constelação é uma nova abordagem terapêutica, um processo de cura vivencial desenvolvido por Bert Hellinger(Foto), terapeuta e filósofo alemão, ao descobrir com sua vasta experiência com pessoas que parte dos problemas que enfrentamos se deve a fatos que aconteceram com nossas famílias e não a eventos de nossa própria história. Partindo dessas observações criou uma abordagem sistêmica fenomenológica espiritual que possibilita revelar de que forma os vínculos familiares se estabeleceram e como dissolver possíveis enredamentos.

QUAIS AS QUESTÕES QUE PODEM SER TRABALHADAS?

Relacionamentos, separações, desequilíbrios emocionais, falências, desemprego constante, conseqüências de abortos, adoções, assassinatos, mortes trágicas e precoces, acidentes graves, suicídios, doenças crônicas e mentais, envolvimento com drogas, entre outras.

Quando algo não vai bem na nossa vida, seja na área afetiva, financeira, profissional, relacionamentos familiares, ou mesmo o relacionamento consigo próprio e com sua própria vida, isto pode estar sinalizando que estamos sendo afetados por um tipo de desordem que ocorre fora do alcance de nossa consciência! Vamos então, poder olhar para os “Movimentos da Alma”.

COMO ESSA DINÂMICA PODE INTERFERIR?

Bert Hellinger observou que é uma dinâmica oculta que atua independente do desejo de seus membros. Ele descobriu que existem certas “Ordens” que quando transgredidas,levam dificuldades e sofrimento até para membros de gerações seguintes.

QUAIS OS BENEFÍCIOS?

As constelações nos permitem trazer à luz aquilo que, por alguma razão, fez o movimento e a força do amor “adoecer” – muitas vezes as raízes destes distúrbios estão no nosso sistema familiar e nos chegam através de nossos antepassados, aos quais estamos intimamente ligados pelos laços de amor e lealdade, movidos pela esperança de diminuir o sofrimento do outro. Sem nem sequer nos darmos conta desta dinâmica, trazemos o sofrimento e dificuldades vividas por eles para nossas próprias vidas.

Nestes encontros, criamos juntos, um espaço de amor e respeito onde o equilíbrio possa ser restabelecido e o “amor que cura” e não o “amor que adoece” possa voltar a fluir.

Segundo o próprio Hellinger:

...” quando se estabelece uma ordem na família, o indivíduo pode sair dela e seguir seu caminho carregando consigo o respaldo da mesma. Somente quando se reconhece o vínculo com a família...quando compreende...e compartilha a responsabilidade...então o indivíduo pode sentir-se livre para continuar seu próprio e particular caminho, sem medo de que o passado o atrapalhe ou mesmo seja uma carga para ele”.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

NAM MYOHO RENGUE KYO (南無妙法蓮華経)


Conversando com meu amigo J que é ator e mora no Rio de Janeiro, e como todo artista, tem que "matar vários leões por dia", fico sabendo que ele esta fazendo um mantra budista “NAM MYOHO RENGUE KYO” e que esta se sentindo bem mais conectado. Ouvir isso me fez viajar no tempo...
Durante muitos anos eu fiz meditação e era um verdadeiro pesquisador de espiritualidade, filosofia, auto-conhecimento e coisas afins, dentre elas os mantras.
Claro que não abria mão da psicologia, psicanálise, da arte como caminho, mas a espiritualidade era uma busca constante, que me levou a conhecer pessoas muitos especiais e a viver sempre com um pé no chão e outro nas “estrelas”.
Pelo caminho, convivi e aprendi com tanta gente, que vou abrir mão das letrinhas para nomear alguns: Silvia Maria, Márcia da cromo, Claudia Cimbleris, com quem gravei o CD “Sete Raios”, Frant Mardjan, os amigos da Escola de Meditação Branay, Lucia, Richard e seus estudos espirituais, Renata Sá Premem e sua “Jóia Viva”, meus amigos, amores, a música, minha família e por ai vai – “Muitas vidas, muitos mestres” – tudo isso numa só vida. Quanta riqueza!!!

Mas voltando ao início, “NAM MYOHO RENGUE KYO”...
Lembro de já ter feito esse mantra por algum tempo, e mesmo sabendo que não é necessário saber o significado das palavras ditas, fui pesquisar um pouco:

"NAM" - Deriva do sânscrito e significa devotar, ou relação perfeita da vida do ser humano com a verdade eterna, ou seja, dedicar a própria vida ou relacionar-se com a verdade eterna da vida. Também significa acumular infinita energia por meio da recitação e agir de forma positiva para aliviar o sofrimento dos outros.
"MYOHO" - Literalmente significa Lei Mística. "Myo" significa místico e não tem nada a ver com milagre. É assim chamado porque o mistério da vida é de inimaginável profundidade e portanto está além da compreensão das pessoas. "Ho" significa lei. A intrínseca natureza da vida é tão mística e profunda que transcende o âmbito do conhecimento humano.
"RENGUE" - É a lei de causa e efeito. O budismo vê essa lei em todos os fenômenos do universo e a simboliza pela flor de lótus (rengue, em japonês), que produz a semente (causa) e a flor (efeito) simultaneamente.
"KYO" - Significa a função e a influência da vida, como também a transformação do destino, simbolizando a continuidade da vida através do passado, presente e futuro.

Daimoku (題目) é o nome dado ao ato de recitar continuamente o NAM MYOHO RENGUE KYO (南無妙法蓮華経), mantra do budismo de Nitiren.
Segundo os ensinamentos de Nitiren, através da recitação deste mantra NAM MYOHO RENGUE KYO nossa vida entra em ritmo com o universo e através dessa harmonia, desperta-se a natureza búdica, onde pode-se estabelecer uma forte identidade que não será abalada por nenhuma dificuldade.
No pensamento desta linha de budismo, existe a felicidade relativa, que é aquela obtida através da satisfação de um desejo ou da eliminação de um sofrimento (carma negativo), e a felicidade absoluta, aquela que surge da própria vida da pessoa, não causada pelas situações exteriores. O objetivo da recitação do daimoku é construir uma vida que não seja derrotada pelos obstáculos, e que tais obstáculos sejam uma oportunidade para o crescimento, ou seja, para o alcance da felicidade absoluta.

Esse post é dedicado a meu amigo J, que com sua obstinação, não me deixa esquecer que viver só vale a pena se a gente acreditar nos nossos sonhos...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

colors - cores

Hoje, estive durante quase todo o dia, inclinado a ter pena de mim mesmo.
Algo que eu comi não me fez assim tão bem e estomago fraco propicia emoções desconexas.
Eu aqui remoendo algumas lembranças, achando tudo meio cinza, até que o céu realmente ficou cinza e choveu.
Sabe aqueles dias que você gostaria de ficar debaixo das cobertas esperando ele acabar?
LM passou aqui pra almoçar e trocar uma idéia. Chegou meio triste, eu acho, e saiu melhor. Tomara que resolva sua pendências com S.
Bem, fui fazendo tudo que tinha realmente que fazer e que não podia ser empurrado para o dia seguinte e fui, já no fim de tarde, quase me arrastando pra academia.
Que bom que eu fui. Fui pegando quase que no tranco mesmo e no final já estava mais animado.
Passei um rádio pra minha irmã L falando que eu não iria à aula de dança. Amanhã como toda terça é dia de encontrá-la.
Voltei pra casa, mais disposto, olhei o arranjo de flores que mamãe ganhou da minha irmã, lindo todo colorido, fiz mais algumas coisas, falei com R e L pelo msn e resolvi fazer uma caldo de varios legumes, tudo bem picadinho, colorido, com umas ervas especiais que minha cunhada R me deu.
Delicioso!!!
L me mandou um link de uma música do Amos Lee no youtube, “Colors”, com a Norah Jones ao piano. Lindo!!!
Engraçado que eu não falei com L que eu tava meio cinza, mas as cores do Lee, do arranjo da minha mãe e da sopa me fizeram muito bem...


PS: L desenha, e fez um desenho pra mim. Em exatos 5 minutos.
Eu, todo colorido, de camiseta vermelha e os olhos bem verdes, tudo num fundo azul, com umas notas musicais e me mandou.




Adoro tudo isso!!!







Colors
Cores

Yesterday I got lost in the circus
Ontem eu me perdi no circo
Felling like such a mess
Sentindo-me como lixo
Now I’m down I’m just hanging on the corner
Agora eu estou para baixo, eu estou apenas pendurado num canto
I can’t help but reminisce
Eu não posso ajudar, mas relembrar
When you’re gone all the colors fade
Quando você está indo todas as cores desbotam
When you’re gone no New Year’s Day parade
Quando você está indo não há parada de Ano Novo
You’re gone
Você está indo
Colors seem to fade
As cores parecem desbotar-se

Your mama called she said that you’re down stairs crying
Sua mãe ligou,ela disse que você está chorando escada abaixo
Feeling like such a mess
Sentindo-se confusa
Yeah I hear you you’re in the background bawling
Sim eu ouço você está no fundo gritando
What happened to your sweet summertime dress
O que aconteceu com seu doce vestido de verão

I know we all, we all got our faults
Eu sei,nós todos,nós todos temos nossas falhas
We get locked in our vaults and we stay
Nós começamos trancados em nossas caixas-fortes e permanecemos
But when you’re gone all the colors fade
Mas quando você está indo todas as cores desbotam
When you’re gone no New Year’s Day parade
Quando você está indo não há parada de Ano Novo
You’re gone
Você está indo
Colors seem to fade
As cores parecem desbotar
Colors seem to fade
As cores parecem desbotar
Yeah
Sim

sábado, 9 de maio de 2009

Não se apague essa noite...

“A luz que deu a luz ao universo conspira a seu favor”...





Um amigo querido, adoro tudo isso!!!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Biblioteca dos sentidos...

Certos sentimentos são muito conhecidos nossos, apesar de não sabermos se a quantidade que geramos em uma situação, precisa ser todo escoado de alguma forma. Quando nasce espontaneamente uma certa dose de medo, que nos faz suar, bambear as pernas e perder a ação por alguns segundos, quando subimos ao Pão de Açúcar de bondinho por exemplo, será que o alívio que sentimos quando estamos já seguros em terra firme, olhando a paisagem, consome todo o medo gerado?
Quando estamos caminhando, esquecidos de tudo, com o pensamento no infinito, e esbarramos naquele amigo que a meses não vemos, vem logo aquela alegria, abraços, enfim, um eufórico encontro. Conversamos sobre tudo que rolou nesse tempo em que não nos vimos e a nostalgia corre solta. Gargalhadas, cumplicidade colocada à prova. Num encontro, rápido e preciso, entendemos tudo em poucas palavras, combinamos um novo encontro, e seguimos felizes. O sentimento gerado nesse encontro, agora nos faz companhia durante todo o percurso dessa antes solitária caminhada.

Tenho um novo exercício constante. Focar-me no presente. Tudo fica bem mais tranquilo, sem o peso de carregar tanta informação já vivida, e bem mais leve.
Já a algum tempo estou envolvido com esse verdadeiro projeto.
É uma coisa a ser construída.

Outro dia, numa reunião de família, me sentindo o tal, cada olhar, assunto ou até objetos me remetiam a uma coisa já vivida. As boas eram bem vindas e acompanhadas de um sentimento gostoso, outras já me faziam sentir tédio, e algumas até raiva. Não raiva de alguém especificamente, mas de mim mesmo. As vezes nos sentimos meio trouxas, depois que algumas situações passam, e que percebemos que deixamos de dizer coisas, ou simplesmente optamos em dizê-las ao invés de ir embora em silêncio. Ou então quando constatamos com fatos ou algumas lembranças que aquele velho sentimento de rejeição, talvez não seja só fruto da nossa imaginação. Tudo bem!
Essas coisas nos jogam imediatamente no passado, e lá estamos nós novamente às voltas com sentimentos que considerávamos superados a muito tempo.
Sofrendo como uma pequena criança, que faz xixi nas calças em plena sala de aula, porque a enfadonha professora nariguda e de óculos fundos, proibira qualquer um de falar enquanto não acabasse de ler o texto. Acaba a aula, é a ultima a se levantar, querendo que um buraco se abra bem à sua frente e a engula e a cuspa diretamente em sua cama. Se levanta e vai embora, jurando nunca mais voltar.

Acho que esses sentimentos de alguma forma ficam agendados para uma um retorno incrível, quando vivemos uma situação ou similar ou que gere sentimentos parecidos.
Por exemplo, quando começamos um curso novo, ou um novo emprego, e numa dessas reuniões de apresentação, ficamos lá no fundo observando tudo rezando para que ninguém nos note. Até parece que fizemos xixi nas calças de novo.

Legal é saber que talvez estejam realmente armazenados, mas como uma biblioteca.

Cada sentimento como um livro na estante, pronto para ser usado numa pesquisa ou tese a ser defendida. Talvez até como um livro nunca lido, já que tem sentimentos apesar de genuínos e intensos, nem sempre são compreendidos ou até identificados. Ficam como livros a serem lidos, quando chega o momento exato em que possamos entendê-lo.
A vida, um professor a indicar uma leitura necessária para aquele momento do “curso”.
Às vezes fazemos trabalhos em grupo, e outras, estudos longos e solitários na silenciosa biblioteca dos sentimentos.
Alguns livros são relidos em outras épocas, e ganham outra interpretação.
Alguns nos emocionam sempre quando lidos, outros nos matam de tanto rir.

Assim, vamos vivendo sendo poesia, verso, prosa e às vezes crônica. Às vezes comédia, às vezes drama.
Certas horas um perfeito romance e em outras uma simples novela.

Cláudio Faria

Pra iluminar...

Tem gente que nasceu mesmo pra brilhar e iluminar esse nosso mundo.
A leila, com sua elegância de sempre, me mandou um email-convite pra estréia do show "Pra iluminar" no Rival.

"...Meu coraçao foi caminho abandonado
Onde ninguem mais queria seguir e aventurar mais
Seu canto foi meu calor para iluminar o lugar
Pra desatar minha dor
Desatar pra eu nao chorar..."

Sim, nada justificaria minha ausência.

Simplesmente, amo tudo isso!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Colher o dia... uma viagem interior.

Hoje me veio à mente uma cena que me aconteceu ontem.
Meu telefone tocou e quando fui atender eu vi escrito no visor: 09:09hs – 05/05/2009.
Engraçado lembrar disso agora, mas eu adoro números repetidos.
Quem me chamou a atenção pra essa coisa de números repetidos foi a Clarisse.
Clarisse, mãe da Ana Laura, pra quem eu fiz as canções “Vem ver o sol” e “Na rede da casa dela”.
Foi minha primeira produtora e trabalhou também com o Flávio Venturini.
Toda vez que junta, eu, Clarisse, Fabiane e o Flávio, não fica uma criatura nesse mundo sem rir. Impossível!
Voltando aos números repetidos, comecei a observar que toda vez que eu via um, algo muito legal acontecia, então o dia 5 do 5 prometia.

Eu tinha acordado mais cedo e estava lendo quando o telefone tocou.
Depois que eu falei ao telefone, levantei animado, tomei café, fui pra academia, malhei, corri por meia hora e como sempre, eu, o Rafa e o Marcos, professores da academia, rimos muito e combinamos uma “tour” pelos bares do “Comida de boteco” pra qualquer dia desses.
Sei lá se vai rolar, mas o Marcos já está animadíssimo com a possibilidade de conhecer minha amiga Nat.
Almocei com minha mãe e fui pra minha reunião com a Premen.
No caminho, falei com a Fabiane pelo rádio, que me disse que o disco sai no lote de junho da “Som Livre” e em julho vai estar nas lojas.
Claro que rimos muito, como sempre, e falei rapidinho com a Jana.
Encontrei com a Renata Sá Premen, uma amiga e designer de jóias, que ganhou o “Oscar do milênio” na joalheira, com quem desenvolvo um trabalho muito bacana, que um dia vou contar num post especialmente dedicado a ela, ao movimento, a jóia e a música “O Coração da paz”.
Fizemos uma reunião muito produtiva, tomamos um maravilhoso açaí e falamos da vida e dos nossos sonhos.
Mais tarde, fui à casa da minha irmã Lúcia, como normalmente faço toda terça feira.
Richard, meu cunhado, um arquiteto muito foda, tem um grupo espiritualista mais ou menos há 20 anos e abre as portas de sua casa para oferecer sua biblioteca, passes magnéticos, águas fluidificadas, mensagens, amigos, a mais elevada energia de amor e doação e sempre uma saborosa comida preparada por Isabel.
Agora, com a missão de pegar uma mensagem e beber a água para minha amiga Reb´s, que da Argentina recebe por email sua mensagem e pelo coração a energia que enviamos a distancia, não perco uma terça.
Depois de roubar com o André um belo naco do bolo de chocolate que a Flávia leva toda terça, abraçar cada um com o coração cheio de sinceros agradecimentos pela doação de todos, subi as escadas com as duas mensagens na mão e fui mandar o email da Reb´s e curtir um pouco minha irmã.
Minha irmã e uma pessoa pra lá de especial.
Dona de uma das lojas mais lindas desse Brasil, a “Verde que te quero verde”, referência em flores, arranjos, decorações de festas e eventos por todo o Brasil, ainda consegue ser espirituosa, espiritualista, linda, engraçada, simples e ao mesmo tempo tão profunda que sempre que a encontro, saio sempre melhor e mais feliz do que eu cheguei. Também, com isso tudo que ela tem pra oferecer, poderia ser diferente?

Mando o email da Reb´s e vejo que a Leila Pinheiro me mandou dois emails.
A gente sempre “troca figurinhas” por email.
Ela me mandou duas músicas de um cantor e compositor português, o Ernesto Leite que são de matar. “Hoje” e “Apago a Luz”. Simplesmente lindo.

“Apago a luz”

Apago a luz
Cansei de te esperar
Sei que não vais chegar
Até a noite acabar

Te tenho assim
Foi tudo o que sempre quis
Melhor dormir e sonhar
Até o sonho acabar

Desligo o som
Já não aguento mais ouvir
A mesma velha canção
Falando de ser feliz
Falando de ser feliz
...de ser feliz

Apago a luz
Cansei de recordar
Sei que não vais chegar
Até a noite acabar
Então apago a luz

To aqui pensando nisso tudo quase numa “viagem interior”.
Talvez o dia 05/05 tenha sido um dia como outro qualquer, sem nada assim tão especial, mas hoje, quase no finzinho do dia 06/05, eu descobri que o mais legal nessa vida é a forma como colhemos o dia.
Adoro tudo isso!

São Paulo, a cidade que nunca dorme...

Fiquei um tempo sem postar por causa da correria e dos vários shows com o Beto Guedes nas ultimas semanas.
No último fim de semana tocamos na “Virada Cultural”.
São Paulo, “a cidade que nunca dorme”, realmente não dormiu nem um minuto no fim de semana.
Aconteceram vários shows por toda a cidade, com vários palcos e artistas se revezando numa sinfonia de estilos e sons variados, e milhares de pessoas pelas ruas.
Adoraria ter assistido a alguns shows, mas é tudo muito corrido e o máximo que consegui, além de tocar nos dois shows com o Beto, foi ouvir ao longe o Zeca Baleiro e esbarrar com o Wando no elevador no domingo de manhã.
O show no domingo foi no Teatro Municipal.
O Teatro Municipal de São Paulo é um dos mais importantes teatros da cidade e um dos cartões postais da capital paulista, tanto por seu estilo arquitetônico como pela sua importância histórica, por ter sido o palco da Semana de Arte Moderna de 1922, o marco inicial do Modernismo no Brasil.
Tocamos boa parte do album “Alma de Borracha”, de 1986, um disco que particularmente eu sempre adorei. O título é a tradução do nome do 6º álbum dos Beatles, o "Rubber Soul", e eu cantei com o Beto a canção dele e do Milton Nascimento “Objetos luminosos”.
O Teatro estava lotado e duas mil pessoas, do lado de fora, acompanharam o show pelo telão.
Foi tudo muito bacana, com direito a encontrar o Flávio Venturini, que foi ao show e foi nos cumprimentar no camarim, e reencontrar a Diana Bahia, uma amiga de infância, cantora, bióloga, uma pessoa muito especial que eu adoro.
Reencontrei também a Verônica e a Camila, amigas paulistanas que eu adoro e que amam os mineiros, e pra variar demos boas risadas.
Mas o que mais me impressionou foi acordar na segunda feira e ver a cidade completamente limpa e ver que na sua loucura, São Paulo é uma cidade que funciona.
Pra vocês a letra de São Paulo, que eu adoro...

São Paulo
(Thomas Roth / Luiz Guedes)

Só quem não te conhece,
Bem no fundo não pode entender,
Teus arranha-céus,
Neste escuro véu,
Sem o lume das estrelas.
Só quem não te conhece,
Ó cidade, não pode entender,
Teu postal sem cor,
O real valor,
Que se oculta em tuas sombras.
Universo de luzes e promessas,
Vitrine de ilusões,
Teus metais brilham mais,
No olhar dos inocentes.
Dia a dia o sol,
Abre seu farol sobre pedras,
Ilhas de ancorar corações solitários,
Nas multidões.
Teus caminhos cruzados,
Viajantes de toda direção,
Teus mortais,
Sonham mais,
Com ares do sertão,
Passageiros da paisagem,
Estações que vão no vento,
Em teu coração São Paulo…