Quem nunca ouviu e cantou músicas como “Me dá um dinheiro aí”, “Chiquita Bacana”, “Cachaça” e “Cabeleira do Zezé”?
A marcha de carnaval, também conhecida como marchinha é um gênero de música popular brasileira que fez muito sucesso dos anos 20 aos anos 60, mas que ainda encanta e diverte os foliões de todo País.
Mas esse estilo musical descende, na verdade, das marchas populares portuguesas, que fizeram grande sucesso no Brasil até 1920.
E foi no Rio de Janeiro da alegria e irreverência que as primeiras composições brasileiras surgiram, trazendo um ritmo mais acelerado, melodias simples e letras picantes, cheias de duplos sentidos.
A primeira marcha registrada é de 1899, uma composição de Chiquinha Gonzaga, intitulada “Ó Abre Alas”, feita para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro.
Ao longo do século 20, as marchinhas atingiram o auge nas vozes de Carmen Miranda, Dalva de Oliveira, Almirante, Silvio Caldas e Black-Out, tornando-se um dos maiores atrativos do carnaval, até começar a perder espaço para o samba enredo, em 1960.
No entanto, o espírito das marchinhas se mantém vivo nas semanas que antecedem os desfiles, marcadas pelas comemorações dos tradicionais blocos, os bailes, os ensaios de rua e é o aquecimento para uma das maiores festas populares.
“O pré-carnaval é fundamental para o Rio de Janeiro, porque cria o clima das festividades.
As pessoas que ainda não estão contagiadas, não conseguem ficar imunes a tanta energia”, afirma Martinho da Vila, personalidade marcante do carnaval carioca.
“Na verdade, as grandes festas acontecem no pré-carnaval, uma vez que as escolas de samba consomem boa parte dos dias do feriado.
Por isso as bandas, os blocos, os bailes, alimentam o espírito carnavalesco e deixam a cidade preparada para o grande evento.”
Martinho conta que a magia do carnaval, a tradição, está no verdadeiro samba de raiz.
“Ele privilegia a letra, a melodia é valente.
Todo compositor do estilo se preocupa com a poesia da letra.
É o samba que serve para divertir, mas também para refletir.
É feito do coração e sempre tem uma mensagem para passar”, e afirma que é bem diferente dos sambas modernos.
“Os mais atuais têm alegria, mas não têm detalhes é pensado apenas como algo comercial, por isso devemos manter a tradição.”
Leci Brandão, sambista há 35 anos, compartilha da opinião do amigo.
“O samba de raiz é a base de tudo.
É o melhor samba, a melhor cadência, as melhores letras, que fazem parte da história do País.
E temos sempre que manter a nossa cultura.”
O samba de raiz traz instrumentos como o pandeiro de couro, cavaquinho, cuíca, surdo, reco-reco, tamborim, violão e o violão de sete cordas, e está presente na sociedade, em seus vários tipos.
“Quando se fala em um país chamado Brasil, imediatamente as pessoas remetem ao samba, um ritmo mundialmente conhecido. Se você faz uma churrascada, uma macarronada, se está em um estádio do futebol ou em um aniversário, sempre tem o samba”, afirma Leci.
Mantendo aceso o estilo, Dudu Nobre, que completou 10 anos de carreira em 2009, se diz feliz em fazer parte dessa tradição. “A minha influência, o meu mentor é Martinho da Vila e me sinto honrado e extremamente feliz por dar continuidade ao samba de raiz, por passar essa maravilha de música popular.
Nós temos espaço, reconhecimento, público e não podemos perder a beleza e a história do samba.”
Fonte: Internet.
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