sábado, 13 de junho de 2009

Uma canção quase sem final...

Depois de vários compassos de espera a canção voltou ao tema inicial de forma surpreendente.
O maravilhoso tema retornou de forma mais vigorosa, soando grandioso sem perder o lirismo.
A paisagem que a canção nos remetia era tão viva, que parecia que estávamos andando sem rumo por uma dessas madrugadas frias de uma grande cidade que poderia mesmo ser São Paulo, congelados pelo desejo, um bar, beber para tentar esquentar e espantar os medos, uma noite inesquecível de um amor intenso, livre e entregue, dormir agarrados, como se fossem um só, para acordar de um sonho de amor, num café, quase almoço, com lojas, camisetas e a despedida.
O fim parecia distante, numa mistura de silêncio e sons, sentados no metrô e o ultimo café antes de entrar no ônibus.
A canção soou triste e melancólica, parecendo durar três intermináveis dias, até chegar ao que parecia ser o seu fim de forma abrupta.
Um reencontro de amor, quase dor de tão intenso, acendeu a paixão que se apagou num adeus.
A canção foi terminando antes do fim, com algumas notas soando, como se fossem rápidos telefonemas, para se entender o que estava acontecendo e se era mesmo o fim, palavras doces e frias, poucas, morrendo na garganta e deixando pistas falsas, marcas no coração...
A cena final foi assim:
Era um duo.
Antes do fim, um dos músicos parou de tocar e se levantou, saindo sem olhar para trás.
O que ficou tocou ainda algumas notas e saiu pela platéia, andando devagar, observando os olhares de quem os assistia e foi embora sem dizer adeus, para quem sabe, nunca mais voltar...

4 comentários:

  1. Não sei se voce fala de um sonho ou realidade.Apenas sinto que é profundo e belo.
    Lindo!!
    Miraci

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Meu amor, achei lindo, profundo e poético; poesia essa que vc imprime em tudo que faz e também em quem vc é.
    De fato, assim como certas páginas lidas são e devem ser páginas viradas, certas canções - que a gente escuta, toca, canta junto, aperta o replay - são e devem ser deletadas do ipod, da biblioteca do computador e apagadas das trilhas sonoras da nossa vida.
    Seguramente outras canções vão aparecer; canções com mais bonitas, com letras mais significativas, com melodias mais harmoniosas.
    Parafraseando o ditado japa que diz que a vida é cair é 7 vezes e levantar 8, com música - você bem sabe - é similar: a vida é deletar 7 canções... e cantar 8 (a outra sendo nova, de preferência).
    Te amo demais da conta e quem bom, que bom MESMO, poder escrever isso com vc sentado ao meu lado.
    Beijocas.

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