quarta-feira, 17 de junho de 2009

Leila Pinheiro e Eduardo Gudin ao vivo - Pra iluminar CD | Tacacá Music | 2009


















Fui ao show de lançamento em Sampa e saí de lá feliz.
Feliz de rever amigos, conhecer outros, encontrar a Leila, que eu sinceramente amo, poder ouvi-la cantar e tocar divinamente e estar pertinho, desfrutando da sua amizade, que considero um privilégio e conhecer o Eduardo Gudin e sua obra.
Tenho escutado diariamente o CD, me iluminado com a sua intensa luz musical e poética e resolvi publicar nesse post, um texto da Flávia, uma querida...

“Pra iluminar” espelha significativamente a obra do compositor, harmonizadas num fluente roteiro preparado para uma
temporada de shows realizados no Teatro da FECAP, em São Paulo, no ano de 2007. Gravado ao vivo, com Gudin ao violão,
septeto de talentosos músicos e a voz de Leila ladrilhando os comoventes arranjos, todos especialmente criados (por Gudin,
exceto o de “O amor e eu”, do pianista Fábio Torres) para esse encontro, o disco soa como se as músicas estivessem sendo, não
redescobertas, mas reveladas pela primeira vez.
Sambas com traje de gala, popularmente sofisticados, sofisticadamente populares, canções de amor nas quais o sentimento se
derrama, mas concisas e emocionantes, canções dedicadas ao Brasil: o compositor dá voz a uma diversidade de emoçõessensações.
Sim, há dor de amor, mas não a estéril, a que não frutifica. A dor que há, é lírica e redentora. E nesse espírito acontece
um dos momentos mais pungentes desse encontro: “Sempre se pode sonhar”. Samba dolente, primorosamente triste,
elegantíssimo nas palavras, com a assinatura clássica do portelense Paulinho da Viola.
Além de “Verde”, Leila recolhe pela primeira vez algumas canções que integram a sua discografia: “Pra iluminar”, gravada em
1986; “Paulista”, em 1991; “Ainda mais”, em 1998 e “O amor e eu”, em 2005. A geografia, o dia a dia, a (o)pressão, a esperança
presentes na vida do cidadão compositor aparecem em “Praça 14 Bis”, “Mordaça”, “Neo-Brasil” e mesmo na já citada “Verde”.
A aliança artística de Leila e Gudin ganha forma com poesia de Sergio Natureza em “Luzes da mesma luz”. Roberto Riberti marca
valorosa presença como parceiro em “Velho ateu” e na inédita “O amor veio me visitar”. Esta, ao lado de “Obrigado” (de Gudin)
são as faixas que a cantora apresenta sozinha, se acompanhando ao piano, compondo o momento mais íntimo do disco.
“Chorei” (Gudin / Paulo César Pinheiro) e “Mente” (Gudin / Paulo Vanzolini) são duas canções da década de 70, gravadas
respectivamente por Marcia e Clara Nunes. Sem perder a beleza e o vigor, os sambas agora são de Leila.
O samba “Boa Maré” (Gudin / Paulo César Pinheiro) troca em miúdos esse momento de Leila: um estandarte de cordialidade e
confiança, na música e na vida. “Tem que ter fé, tem que dar pé, tem que se acreditar, tem que ter boa maré pra não dançar”.
Por Flávia Souza Lima, março de 2009

2 comentários:

  1. Eu também te amo, Claudinho, sinceramente, e sou muito feliz de poder dividir a música com você, sentindo profundamente, que comungamos na mesma sintonia, sentimos a música de forma muito parecida. Somos reverentes a ela, infinitamente nada diante dela. Isso nos prepara melhor pra sempre querer decifrá-la e querer que ela nos decifre, nos desidrate de tanto chorar, emocionados, estáticos, diante de uma simples nota, que se humana fosse - mudava a nossa vida, nos pegava pela mão e dizia: vai!
    Amei a letra de Águas do sossego. E a música dessas águas, cadê? Manda pra mim.
    Feliz por ter tido você comigo nos dias de show em São Paulo, quem dera poder ter sempre junto, perto, a tua luz, que brilha pelos teus olhos claros e lindos.
    Com todo o amor,
    tua
    Leila

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  2. Leila pinheiro, uma verdadeira mestra...
    Com ela tenho aprendido, cada vez mais, a compreender, sentir, amar e respeitar a música de forma plena e sutil.
    Sim, "reverentes a ela, infinitamente nada diante dela"...
    Perdi a conta de quantas vezes me emocionei com a elegância com que você lida com a música e com as pessoas ao seu redor.
    Feliz fico eu, sempre que posso estar por perto...
    Sim, Sampa foi emocionante e obrigado por me apresentar a obra do Gudin e concordo com a Marisa: ele é o Guinga do samba.
    O mundo agradece!!!
    Sinceramente, a luz que vibra em mim, possivelmente é um reflexo, em retribuição, da luz que emana da sua voz e do amor que você coloca em tudo que faz.
    Diante de tamanha importância, de tantos serviços prestados a música e de tudo que você representa, eu somente agradeço a Deus por você existir e poder desfrutar da sua amizade.
    Sim, eu te amo!!!
    Sempre conectados...
    Cláudio Faria

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