sexta-feira, 26 de junho de 2009
o eterno rei do pop...
Michael Joseph Jackson (Gary, 29 de agosto de 1958 – Los Angeles, 25 de Junho de 2009) .
Começou a cantar e a dançar aos cinco anos de idade, iniciando-se na carreira profissional aos onze anos como vocalista dos Jackson 5; começou logo depois uma carreira solo em 1971, permanecendo como membro do grupo. Apelidado nos anos seguintes de "King of Pop" ("Rei da música Popular"), cinco de seus álbuns de estúdio se tornaram os mais vendidos mundialmente de todos os tempos: Off the Wall (1979), Thriller (1982), Bad (1987), Dangerous (1991) e HIStory: Past, Present and Future – Book I(1995). Lançou-se em carreira solo no início da década de 1970, ainda pela Motown, gravadora responsável pelo sucesso do grupo formado por ele e os irmãos. Em idade adulta, gravou o álbum mais vendido da história, Thriller.
No início dos anos 1980, tornou-se uma figura dominante na música popular e o primeiro cantor afro-americano a receber exibição constante na MTV. A popularidade de seus vídeos musicais transmitidos pela MTV, como "Beat It", "Billie Jean" e "Thriller" são creditados como a causa da transformação do vídeo musical em forma de promoção musical e também de ter tornado o então novo canal famoso. Vídeos como "Black or White" e "Scream" mantiveram a alta rotatividade dos vídeos de Jackson durante a década de 1990. Foi o criador de um estilo totalmente novo de dança, utilizando especialmente os pés. Com suas performances no palco e clipes, Jackson popularizou uma série de complexas técnicas de dança, como o robot e o moonwalk. Seu estilo diferente e único de cantar, bem como a sonoridade de suas músicas influenciaram uma série de artistas nos ramos do hip hop, dance e R&B.
Jackson doou milhões de dólares durante toda sua carreira à causas beneficentes através da Dangerous World Tour, compactos voltados à caridade e manutenção de 39 centros de caridades.
Sim, estou triste por ele ter ido assim, tão cedo e repentinamente.
Sua presença mudou os rumos da música pop no mundo e suas eternas canções ficam para ratificar sua condição de
“Eterno rei do pop”...
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Cláudio Faria no teatro Rival...
Quem vier ao Teatro Rival às 19:30hs dos dias 10 e 11 de julho para assistir ao show de Beto Guedes poderá conferir de perto o talento do compositor da canção “Vem ver o sol” gravado por Beto no CD “Em algum lugar”.
Cláudio Faria, no show de abertura da noite, irá nos brindar com algumas de suas belas canções que fazem parte do CD “O som do sol”, com lançamento previsto para agosto de 2009.
O CD será lançado pelo selo Trilhos.Arte/Som Livre e tem as participações especialíssimas de Beto Guedes e Flávio Venturini.
Compositor, cantor, tecladista e produtor, Cláudio já trabalhou ao lado de artistas como Beto Guedes, Flávio Venturini, Leila Pinheiro, Sá e Guarabira, Lô Borges, Toninho Horta, dentre outros e vem sendo apontado como uma das maiores revelações da nova música mineira e vêm fazendo shows pelo Brasil mostrando suas músicas, algumas delas já gravadas por outros artistas, como “Sob o sol do Rio”, presente no CD “Porque não tínhamos bicicleta” de Flávio Venturini.
Vale conferir.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
“A luz que deu a luz ao universo conspira a seu favor”...
Flávio Venturini, um amigo querido que eu adoro e admiro, lança “Não Se Apague Esta Noite”, em CD e DVD, gravado ao vivo no Museu de Arte da Pampulha (sim, eu estava lá) e no estúdio em sua casa localizada entre as montanhas.
Com a direção de Ronaldo Bastos e Leonel Pereda, roteiro de Hudson Vianna, produção de Fabiane Costa e direção musical de Chico Neves e Flávio Venturini, o projeto é um lançamento do selo do próprio Venturini, Trilhos.Arte, em parceria com o Canal Brasil.
Talvez o mais lírico dos mineiros e reconhecidamente um dos mais inspirados melodistas do Brasil, Venturini convoca os talentosos músicos mineiros Kadu Vianna, Aloísio Horta, Ricardo Fiúza, Arthur Resende para esse projeto e com a participação de alguns convidados especiais como Marina Machado, Mart’nália, Luiza Possi, Toninho Horta, André Mehmari e Milton Nascimento, não deixa dúvidas que a sua “Nascente musical” continua viva, cristalina e em "eterno movimento".
A versão em CD traz 14 faixas e o DVD traz 16 músicas mais duas faixas bônus.
No site oficial do cantor é possível ouvir as 14 músicas do CD.
O endereço é www.flavioventurini.com.br.
CD:
01. Mantra da Criação
02. Recomeçar
03. Noites com Sol - Part. Esp.: Marina Machado
04. Não se Apague esta Noite
05. O Melhor do Amor
06. Pierrot - Part. Esp.: Mart’nália
07. Romance - Part. Esp.:Cláudio Ventirini
08. Minha Estrela
09. Beija-Flor - Part. Esp.: Luiza Possi
10. Criaturas da Noite
11. Verão nos Andes
12. No Trem do Amor
13. Morro Branco
14. Música
DVD:
01. Não se Apague Esta Noite
02. Recomeçar
03. O Melhor do Amor
04. Pierrot - Part. Esp.: Mart’nália
05. Noites com Sol - Part. Esp.: Marina Machado
06. Minha Estrela
07. Céu de Santo Amaro
08. Beija-Flor - Part. Esp.: Luiza Possi
09. Alegria - Part. Esp.: Nando Lauria
10. Romance - Part. Esp.: Claudio Venturini
11. Alma de Balada
12. Verão nos Andes
13. No Trem do Amor
14. Criaturas da Noite
15. Mantra da Criação
16. Música
17. Nascente - Bônus
18. Morro branco - Bônus
segunda-feira, 22 de junho de 2009
As cinzas da paixão
(Cláudio Faria)
Se era não
Então porque você
Disse sim
Falando que era amor
Você deixou
O fogo se apagar
Vento levou
As cinzas da paixão
Se o olhar
Não brilha mais
Pra que ligar
Sem nada pra dizer
Além de
Se, talvez, quem sabe ou não
Deixa correr
O tempo pra lembrar
Se foi
É tempo de esquecer
Se a dor
For mais forte que o amor
Se era não
Então porque você
Disse sim
Falando que era amor
Você deixou
O fogo se apagar
Vento levou
As cinzas da paixão
Se o olhar
Não brilha mais
Pra que ligar
Sem nada pra dizer
Além de
Se, talvez, quem sabe ou não
Deixa correr
O tempo pra lembrar
Se foi
É tempo de esquecer
Se a dor
For mais forte que o amor
domingo, 21 de junho de 2009
Ser atleticano - Roberto Drumond
Para homenagear o meu amado "GALO", a poesia de Roberto Drumond...
Se Houver uma camisa branca e preta pendurada no varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento.
Ah, o que é ser atleticano?
É uma doença?
Doidivana paixão?
Uma religião pagã?
Benção dos céus?
É a sorte grande?
O primeiro e único mandamento do atleticano é ser fiel e
Amar o Galo sobre todas as coisas.
Daí que a bandeira atleticana cheira a tudo neste mundo.
Cheira ao suor da mulher amada.
Cheira a lágrimas.
Cheira a grito de gol.
Cheira a dor.
Cheira a festa e a alegria.
Cheira até mesmo a perfume francês.
Só não cheira a naftalina, pois nunca conhece o fundo do baú, trêmula ao vento.
A gente muda de tudo na vida.
Muda de cidade.
Muda de roupa.
Muda de partido político.
Muda de religião.
Muda de costume.
Até de amor a gente muda.
A gente só não muda de time, quando ele é uma tatuagem com as iniciais C.A.M., do Clube Atlético Mineiro, Gravado no coração.
É um amor cego e tem a cegueira da paixão.
Já vi o atleticano agir diante do clube amado com o desespero e a fúria dos apaixonados.
Já vi atleticano rasgar a carteira de sócio do clube e jurar:
—Nunca mais torço pelo Galo!
Já vi atleticano falar assim, mas, logo em seguida, eu o vi catar os pedaços da carteira rasgada e colar, como os Amantes fazem com o retrato da amada.
Que mistério tem o Atlético que às vezes parece que ele é gente?
Que a gente o associa às pessoas da família (pai, mãe, irmão, filho, tio, prima)?
Que a gente confunde com a alegria que vem da mulher amada?
Que mistério tem o Atlético que a gene confunde com uma religião?
Que a gente sente vontade de rezar "Ave Atlético, cheio de Graça?"
Que a gente o invoca como só invoca um santo de fé?
Que mistério tem o Atlético que, à simples presença de sua camisa branca e preta, um milagre se opera?
Que tudo se alegra à passagem de sua bandeira?
Que tudo se transfigura num mar branco e preto?
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Leila Pinheiro e Eduardo Gudin ao vivo - Pra iluminar CD | Tacacá Music | 2009
Fui ao show de lançamento em Sampa e saí de lá feliz.
Feliz de rever amigos, conhecer outros, encontrar a Leila, que eu sinceramente amo, poder ouvi-la cantar e tocar divinamente e estar pertinho, desfrutando da sua amizade, que considero um privilégio e conhecer o Eduardo Gudin e sua obra.
Tenho escutado diariamente o CD, me iluminado com a sua intensa luz musical e poética e resolvi publicar nesse post, um texto da Flávia, uma querida...
“Pra iluminar” espelha significativamente a obra do compositor, harmonizadas num fluente roteiro preparado para uma
temporada de shows realizados no Teatro da FECAP, em São Paulo, no ano de 2007. Gravado ao vivo, com Gudin ao violão,
septeto de talentosos músicos e a voz de Leila ladrilhando os comoventes arranjos, todos especialmente criados (por Gudin,
exceto o de “O amor e eu”, do pianista Fábio Torres) para esse encontro, o disco soa como se as músicas estivessem sendo, não
redescobertas, mas reveladas pela primeira vez.
Sambas com traje de gala, popularmente sofisticados, sofisticadamente populares, canções de amor nas quais o sentimento se
derrama, mas concisas e emocionantes, canções dedicadas ao Brasil: o compositor dá voz a uma diversidade de emoçõessensações.
Sim, há dor de amor, mas não a estéril, a que não frutifica. A dor que há, é lírica e redentora. E nesse espírito acontece
um dos momentos mais pungentes desse encontro: “Sempre se pode sonhar”. Samba dolente, primorosamente triste,
elegantíssimo nas palavras, com a assinatura clássica do portelense Paulinho da Viola.
Além de “Verde”, Leila recolhe pela primeira vez algumas canções que integram a sua discografia: “Pra iluminar”, gravada em
1986; “Paulista”, em 1991; “Ainda mais”, em 1998 e “O amor e eu”, em 2005. A geografia, o dia a dia, a (o)pressão, a esperança
presentes na vida do cidadão compositor aparecem em “Praça 14 Bis”, “Mordaça”, “Neo-Brasil” e mesmo na já citada “Verde”.
A aliança artística de Leila e Gudin ganha forma com poesia de Sergio Natureza em “Luzes da mesma luz”. Roberto Riberti marca
valorosa presença como parceiro em “Velho ateu” e na inédita “O amor veio me visitar”. Esta, ao lado de “Obrigado” (de Gudin)
são as faixas que a cantora apresenta sozinha, se acompanhando ao piano, compondo o momento mais íntimo do disco.
“Chorei” (Gudin / Paulo César Pinheiro) e “Mente” (Gudin / Paulo Vanzolini) são duas canções da década de 70, gravadas
respectivamente por Marcia e Clara Nunes. Sem perder a beleza e o vigor, os sambas agora são de Leila.
O samba “Boa Maré” (Gudin / Paulo César Pinheiro) troca em miúdos esse momento de Leila: um estandarte de cordialidade e
confiança, na música e na vida. “Tem que ter fé, tem que dar pé, tem que se acreditar, tem que ter boa maré pra não dançar”.
Por Flávia Souza Lima, março de 2009
terça-feira, 16 de junho de 2009
Águas do sossego
(Cláudio Faria)
Uma luz
Que corre através do tempo
Clareando nossos medos
Transformando a dor
No mais puro que há
Pra se viver
Águas do sossego
E o que era bom
Será sempre bom
Se puder entender
O mais profundo
O leito do rio
O mistério
De cantar em uníssono
Duas vozes em segredo
Sendo um só sentimento
Nascente do desejo
Que abre caminhos
Preenchendo vazios
E a canção segue o rio
Sugerindo intenções
Transpondo as pedras
Desaguando no amor
Uma luz
Que corre através do tempo
Clareando nossos medos
Transformando a dor
No mais puro que há
Pra se viver
Águas do sossego
E o que era bom
Será sempre bom
Se puder entender
O mais profundo
O leito do rio
O mistério
De cantar em uníssono
Duas vozes em segredo
Sendo um só sentimento
Nascente do desejo
Que abre caminhos
Preenchendo vazios
E a canção segue o rio
Sugerindo intenções
Transpondo as pedras
Desaguando no amor
domingo, 14 de junho de 2009
paisagem lunar
Hoje fiquei tocando algumas canções e me lembrei dessa que eu fiz e dediquei a minha amiga CJ.
Confesso que cantá-la sempre me emociona...
Paisagem Lunar
(Cláudio Faria)
Quero o abstrato da vida
O que não se pega
Pra entender tem que sentir
Viver coisas que o olho não vê
Só o coração pode explicar o amor sem razão
Mera ilusão
Ou a certeza além do sim do não
Se quiser saber tem que prestar atenção
E decifrar doce canção
Feita de silêncio e sons
Luz que nasceu
Na escuridão pra mostrar que é assim
Vida a fluir
Amores que vão
Amores que vem
Num infinito pulsar
Corre a vida tal rio pro mar
O seu olhar me faz sonhar
E acreditar que é possível viver
Um grande amor
Calmo assim
Brisa do mar
Paisagem lunar
E te abraçar faz a vida melhor
Faz o dia nascer
O amor explodir
Em milhares de sóis
Viver assim
Com você até o fim
PS: Sim,eu fiz pra você, apesar dela me fazer viajar por paisagens que me levam ao "Mundo de K":
E te abraçar faz a vida melhor
Faz o dia nascer
O amor explodir
Em milhares de sóis
Viver assim
Com você até o fim
Confesso que cantá-la sempre me emociona...
Paisagem Lunar
(Cláudio Faria)
Quero o abstrato da vida
O que não se pega
Pra entender tem que sentir
Viver coisas que o olho não vê
Só o coração pode explicar o amor sem razão
Mera ilusão
Ou a certeza além do sim do não
Se quiser saber tem que prestar atenção
E decifrar doce canção
Feita de silêncio e sons
Luz que nasceu
Na escuridão pra mostrar que é assim
Vida a fluir
Amores que vão
Amores que vem
Num infinito pulsar
Corre a vida tal rio pro mar
O seu olhar me faz sonhar
E acreditar que é possível viver
Um grande amor
Calmo assim
Brisa do mar
Paisagem lunar
E te abraçar faz a vida melhor
Faz o dia nascer
O amor explodir
Em milhares de sóis
Viver assim
Com você até o fim
PS: Sim,eu fiz pra você, apesar dela me fazer viajar por paisagens que me levam ao "Mundo de K":
E te abraçar faz a vida melhor
Faz o dia nascer
O amor explodir
Em milhares de sóis
Viver assim
Com você até o fim
sábado, 13 de junho de 2009
Uma canção quase sem final...
Depois de vários compassos de espera a canção voltou ao tema inicial de forma surpreendente.
O maravilhoso tema retornou de forma mais vigorosa, soando grandioso sem perder o lirismo.
A paisagem que a canção nos remetia era tão viva, que parecia que estávamos andando sem rumo por uma dessas madrugadas frias de uma grande cidade que poderia mesmo ser São Paulo, congelados pelo desejo, um bar, beber para tentar esquentar e espantar os medos, uma noite inesquecível de um amor intenso, livre e entregue, dormir agarrados, como se fossem um só, para acordar de um sonho de amor, num café, quase almoço, com lojas, camisetas e a despedida.
O fim parecia distante, numa mistura de silêncio e sons, sentados no metrô e o ultimo café antes de entrar no ônibus.
A canção soou triste e melancólica, parecendo durar três intermináveis dias, até chegar ao que parecia ser o seu fim de forma abrupta.
Um reencontro de amor, quase dor de tão intenso, acendeu a paixão que se apagou num adeus.
A canção foi terminando antes do fim, com algumas notas soando, como se fossem rápidos telefonemas, para se entender o que estava acontecendo e se era mesmo o fim, palavras doces e frias, poucas, morrendo na garganta e deixando pistas falsas, marcas no coração...
A cena final foi assim:
Era um duo.
Antes do fim, um dos músicos parou de tocar e se levantou, saindo sem olhar para trás.
O que ficou tocou ainda algumas notas e saiu pela platéia, andando devagar, observando os olhares de quem os assistia e foi embora sem dizer adeus, para quem sabe, nunca mais voltar...
O maravilhoso tema retornou de forma mais vigorosa, soando grandioso sem perder o lirismo.
A paisagem que a canção nos remetia era tão viva, que parecia que estávamos andando sem rumo por uma dessas madrugadas frias de uma grande cidade que poderia mesmo ser São Paulo, congelados pelo desejo, um bar, beber para tentar esquentar e espantar os medos, uma noite inesquecível de um amor intenso, livre e entregue, dormir agarrados, como se fossem um só, para acordar de um sonho de amor, num café, quase almoço, com lojas, camisetas e a despedida.
O fim parecia distante, numa mistura de silêncio e sons, sentados no metrô e o ultimo café antes de entrar no ônibus.
A canção soou triste e melancólica, parecendo durar três intermináveis dias, até chegar ao que parecia ser o seu fim de forma abrupta.
Um reencontro de amor, quase dor de tão intenso, acendeu a paixão que se apagou num adeus.
A canção foi terminando antes do fim, com algumas notas soando, como se fossem rápidos telefonemas, para se entender o que estava acontecendo e se era mesmo o fim, palavras doces e frias, poucas, morrendo na garganta e deixando pistas falsas, marcas no coração...
A cena final foi assim:
Era um duo.
Antes do fim, um dos músicos parou de tocar e se levantou, saindo sem olhar para trás.
O que ficou tocou ainda algumas notas e saiu pela platéia, andando devagar, observando os olhares de quem os assistia e foi embora sem dizer adeus, para quem sabe, nunca mais voltar...
quarta-feira, 3 de junho de 2009
... aconteceu em 2004...
Hoje, quando fui postar aqui no blog, fiquei pensando em algumas pessoas que tem o dom de mexer em algo dentro de nós, mudando ou reorientando o rumo das coisas. Lembrei-me da minha irmã L e meu cunhado R, minha amiga R que está em La Plata, CJ, FC,FZ, SR e seu filhinho V no Rio, V, S, W, sempre por perto, C que agora é mãe de AL, CC minha eterna mestra, FV, BG, TH, LP, PPA, artistas-amigos e verdadeiros mestres, minha mãe, meu pai, meu irmão G e sua família... tanta gente... tantos mestres...
Pensando nisso, me lembrei da Déia Januzzi, jornalista e escritora, que um dia tive o privilégio de conhecer.
Esse post é uma crônica que escrevi em 2004, que publico hoje, em sua homenagem...
O rio da minha vida segue mais firme...
A primeira vez que li uma de suas crônicas foi num domingo preguiçoso, desses que pegam a gente na cama, de olhos bem abertos a sonhar descaradamente sem nenhum pudor, feito criança em festa de aniversário, que fica olhando o bolo de chocolate, esperando o melhor momento para enfiar o dedo e roubar um belo naco sem que ninguém veja.
Que delícia!
Sorrindo, depois de passar horas criando coragem para me levantar, tratei logo de me mexer e ir viver, pois como cantava nosso amado e saudoso Cazuza, “O tempo não pára".
Chego ao clube com o jornal do dia e a esperança de encontrar um lugar à sombra para desfrutá-lo, missão quase impossível em um belo domingo de sol.
Depois de me ajeitar no melhor lugar que pude encontrar, passo olhos preguiçosos por todo o jornal, até me fixar num ponto e começar realmente a ler.
Quase não noto o turbilhão que isso me causa, até perceber constrangido, os olhos molhados: -“Aqui tudo bem, só que estou sangrando”.
Ler essa crônica me levou à uma viagem reveladora.
Hoje tenho 34 anos, e depois de tantas escolhas e decisões durante a vida, algumas difíceis, outras tão naturais que nem me lembro, fico pensando: e minha mãe nisso tudo?
Sempre achei que ela estava vivendo sua vida, e nem se importava tanto assim comigo. Pintora, uma casa grande, marido e tantos filhos, sonhos, alguns deixados pelo caminho, será que estava todo o tempo atenta? Ou o que é pior, sentia cada coisa junto comigo?
Tudo bem, durma com um barulho desses...
Algum tempo depois e já é Natal. Minha mãe recebe de presente do meu irmão Luiz e minha cunhada Juçara, artistas sutilmente especiais, pessoas com as quais é preciso ter um olhar mais atento para perceber tantas nuances, um livro que viria a ser um presente para mim. Peguei-o como por um acaso, numa dessas noites em que a insônia insiste em se fazer companheira, só pra pegar no sono.
Li-o inteiro.
É surpreendente e comovente ver um ser, tão humano e tão divino assim, mãe!!!
Nesse momento, me senti tão amado pela minha, e tão cheio de amor por ela que, pleno, nem me lembrei de ter passado quase a noite toda em claro, super iluminado e feliz.
Dormi o que me restou da noite e acordei animado pra viver, com um sentimento insistindo pra se fazer notar, e que só mais tarde identifiquei: um profundo e delicioso sentimento de paz.
As crônicas dançavam na minha lembrança entre o real e o imaginário.
Durante o dia, me pegava rindo sozinho, quando via no sinal malabaristas-meninos, com sua arte e sua sina, ou me lembrava das minhas viagens a Trancoso, ou alguns de meus amigos “diferentes” como aquele índio de caraívas da “História de Índio”.
Me emocionava, imaginando os sentimentos de quem viveu, a coragem de quem escreveu, revivendo cada fato, e as emoções de quem leu cada crônica.
Será que a Déa imaginou mexer no curso do rio da vida de tantas pessoas assim?
Não sei, mas confesso, mexeu no meu.
Quase lhe escrevi, lembrando do Rilke, em “Cartas a um Jovem Poeta”, ou Fernando e Clarisse se correspondendo em verso e prosa, mas deixei pra lá até conhecer seu filho. Engasguei de emoção e não tive coragem de lhe dizer o tanto que já me emocionara com ele e sua mãe.
Como já me sentia intimo dele e nem tanto assim dela, já que a admiração que tinha por ela, como escritora e mãe, me fazia ter um cuidado especial de não chegar assim "tão perto", para não pagar o mico de pedir um autógrafo.
Fiquei sem graça e fiquei puxando papo como quem, amante de Monteiro Lobato, visita o “Sítio do Pica-pau Amarelo”, ou quem assiste “O Mágico de OZ” e sonha que o tufão o levou junto com Doroth e seu inseparável Totó à incrível estrada de pedras amarelas que leva até OZ, ou simplesmente é o melhor amigo do Eduardo de “O Encontro Marcado”, do Sabino...
Fui embora, com a sensação de ter “engolido uma bigorna”!
Não disse nada demais, a não ser a estúpida frase: - Fala para sua mãe que conheceu um fã dela. Um abraço...
Engoli tudo: a vontade de lhe agradecer por tanta coisa boa, tanta riqueza, tanta dor e tanto prazer. Enfim, tanta beleza.
Espero que se algum dia eu vier a conhecê-la, eu não peça simplesmente um autógrafo e vá embora esquecendo ou tendo medo de dizer: -Olha, o rio da minha vida está seguindo mais firme em direção ao mar! O mar de amar, de viver e se tornar "O Grande Oceano", depois que passou por um certo "Coração de Mãe"...Cláudio Faria
Pensando nisso, me lembrei da Déia Januzzi, jornalista e escritora, que um dia tive o privilégio de conhecer.
Esse post é uma crônica que escrevi em 2004, que publico hoje, em sua homenagem...
O rio da minha vida segue mais firme...
A primeira vez que li uma de suas crônicas foi num domingo preguiçoso, desses que pegam a gente na cama, de olhos bem abertos a sonhar descaradamente sem nenhum pudor, feito criança em festa de aniversário, que fica olhando o bolo de chocolate, esperando o melhor momento para enfiar o dedo e roubar um belo naco sem que ninguém veja.
Que delícia!
Sorrindo, depois de passar horas criando coragem para me levantar, tratei logo de me mexer e ir viver, pois como cantava nosso amado e saudoso Cazuza, “O tempo não pára".
Chego ao clube com o jornal do dia e a esperança de encontrar um lugar à sombra para desfrutá-lo, missão quase impossível em um belo domingo de sol.
Depois de me ajeitar no melhor lugar que pude encontrar, passo olhos preguiçosos por todo o jornal, até me fixar num ponto e começar realmente a ler.
Quase não noto o turbilhão que isso me causa, até perceber constrangido, os olhos molhados: -“Aqui tudo bem, só que estou sangrando”.
Ler essa crônica me levou à uma viagem reveladora.
Hoje tenho 34 anos, e depois de tantas escolhas e decisões durante a vida, algumas difíceis, outras tão naturais que nem me lembro, fico pensando: e minha mãe nisso tudo?
Sempre achei que ela estava vivendo sua vida, e nem se importava tanto assim comigo. Pintora, uma casa grande, marido e tantos filhos, sonhos, alguns deixados pelo caminho, será que estava todo o tempo atenta? Ou o que é pior, sentia cada coisa junto comigo?
Tudo bem, durma com um barulho desses...
Algum tempo depois e já é Natal. Minha mãe recebe de presente do meu irmão Luiz e minha cunhada Juçara, artistas sutilmente especiais, pessoas com as quais é preciso ter um olhar mais atento para perceber tantas nuances, um livro que viria a ser um presente para mim. Peguei-o como por um acaso, numa dessas noites em que a insônia insiste em se fazer companheira, só pra pegar no sono.
Li-o inteiro.
É surpreendente e comovente ver um ser, tão humano e tão divino assim, mãe!!!
Nesse momento, me senti tão amado pela minha, e tão cheio de amor por ela que, pleno, nem me lembrei de ter passado quase a noite toda em claro, super iluminado e feliz.
Dormi o que me restou da noite e acordei animado pra viver, com um sentimento insistindo pra se fazer notar, e que só mais tarde identifiquei: um profundo e delicioso sentimento de paz.
As crônicas dançavam na minha lembrança entre o real e o imaginário.
Durante o dia, me pegava rindo sozinho, quando via no sinal malabaristas-meninos, com sua arte e sua sina, ou me lembrava das minhas viagens a Trancoso, ou alguns de meus amigos “diferentes” como aquele índio de caraívas da “História de Índio”.
Me emocionava, imaginando os sentimentos de quem viveu, a coragem de quem escreveu, revivendo cada fato, e as emoções de quem leu cada crônica.
Será que a Déa imaginou mexer no curso do rio da vida de tantas pessoas assim?
Não sei, mas confesso, mexeu no meu.
Quase lhe escrevi, lembrando do Rilke, em “Cartas a um Jovem Poeta”, ou Fernando e Clarisse se correspondendo em verso e prosa, mas deixei pra lá até conhecer seu filho. Engasguei de emoção e não tive coragem de lhe dizer o tanto que já me emocionara com ele e sua mãe.
Como já me sentia intimo dele e nem tanto assim dela, já que a admiração que tinha por ela, como escritora e mãe, me fazia ter um cuidado especial de não chegar assim "tão perto", para não pagar o mico de pedir um autógrafo.
Fiquei sem graça e fiquei puxando papo como quem, amante de Monteiro Lobato, visita o “Sítio do Pica-pau Amarelo”, ou quem assiste “O Mágico de OZ” e sonha que o tufão o levou junto com Doroth e seu inseparável Totó à incrível estrada de pedras amarelas que leva até OZ, ou simplesmente é o melhor amigo do Eduardo de “O Encontro Marcado”, do Sabino...
Fui embora, com a sensação de ter “engolido uma bigorna”!
Não disse nada demais, a não ser a estúpida frase: - Fala para sua mãe que conheceu um fã dela. Um abraço...
Engoli tudo: a vontade de lhe agradecer por tanta coisa boa, tanta riqueza, tanta dor e tanto prazer. Enfim, tanta beleza.
Espero que se algum dia eu vier a conhecê-la, eu não peça simplesmente um autógrafo e vá embora esquecendo ou tendo medo de dizer: -Olha, o rio da minha vida está seguindo mais firme em direção ao mar! O mar de amar, de viver e se tornar "O Grande Oceano", depois que passou por um certo "Coração de Mãe"...Cláudio Faria
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